Blog TV Blogueiro

Acesse o Blog TV Blogueiro e leia opiniões sobre o Avaí e o futebol catarinense.

PARCEIRO DO CLUBE

PARCEIRO DO CLUBE
PARCEIRO DO CLUBE É PARCEIRO DO BLOG

segunda-feira, 11 de junho de 2012

EM 2005, QUANDO NEM EXISTIA REDE DE BLOGS AVAIANOS...

...Zunino já era o "Zunino" dos tempos atuais. Ainda assim tem gente que acha que tudo de ruim merece ser esquecida pelo que ele já fez de bom ao clube.

Segue abaixo texto extraído do Blog Memória Avaiana do historiador Felipe Matos.


MORTE E RESSUREIÇÃO ZUNINIANA: !MUDA AVAÍ, oposição e parcerias


Um dos momentos de oposição organizada contra a atual gestão do presidente avaiano João Nílson Zunino surgiu em 2005, após uma campanha sem brilho no Campeonato Catarinense e participação ruim na Série B, que naquele ano teria o time se despedindo da competição numa derrota por 5 a 1 contra o Santa Cruz, em Recife. 
O clube respirava o clima das eleições e situacionistas e opositores se movimentavam. Doze conselheiros avaianos que reclamavam da "falta de transparência" da administração Zunino procurou a Justiça para exigir explicações da direção sobre transações internacionais de jogadores. A oposição reclamava também da dívida do clube, então estimada em R$ 15 milhões.
O grupo oposicionista se denominava “Muda Avaí” e realizou uma entrevista coletiva na sala de imprensa da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, onde apresentou vários questionamentos à gestão do clube.
As principais dúvidas eram referentes a negociações envolvendo jogadores revelados pelo Leão. Uma delas envolvia o meia-atacante Fantick, que foi para o América, do México. O grupo pedia esclarecimentos em relação ao valor da transferência, pois três valores diferentes teriam sido apresentados: US$ 350 mil, US$ 500 mil e US$ 800 mil.
O grupo também solicitava a prestação de contas da venda de 20 atletas do Avaí para o exterior, nos últimos anos.
Zunino se disse magoado com a desconfiança dos conselheiros e reagiu asperamente ao pedido de "esclarecimentos", dizendo que se pronunciaria por meio do departamento jurídico do clube.
Antes de ser citado pela Justiça, o departamento jurídico do Leão resolveu mostrar os documentos. E no dia 17 de Outubro de 2005 a direção do Avaí apresentou os documentos relativos à contabilidade do clube, que foram pedidos judicialmente pelos 12 conselheiros.
Estiveram presentes na defesa das contas da direção o diretor jurídico, Lídio Moisés da Cruz; os advogados Sandro Barreto e Nilson Quadros; dois auditores externos que participaram da auditoria nas contas do clube encomendada pela atual administração; e o presidente do Conselho Fiscal, Flávio Cruz.
Os profissionais esmiuçaram a dívida do clube, na época calculada em R$ 12 milhões e que poderia chegar a R$ 15 milhões até o final daquele ano de 2005. Do total, R$ 10 milhões seriam dívidas a longo prazo.
Para o presidente Zunino, a exigência dos documentos fez parte de uma disputa com fins apenas políticos. Disse ainda que dois fundos de investidores teriam o interesse de investir no Avaí, estimulados por um relatório feito pela Fundação Getúlio Vargas, que recomendou o investimento no clube.
Com a declaração de Zunino de que sua gestão iria angariar R$ 4 milhões até o fim de 2005 para investir na temporada 2006, a chapa de oposição à presidência resolveu não lançar qualquer candidato ao executivo do clube. 
Além disto, a candidatura oposicionista não foi patrocinada como se esperava a princípio. A quantia anunciada por Zunino foi considerada pelos oposicionistas vultuosa e  o clube teria, então, condições de montar um time para vencer o Catarinense e a Série B do Brasileiro em 2006
 
Em Novembro de 2005, a presença de um termo de confidencialidade, presente em uma das cláusulas do pré-contrato da parceria que seria firmada entre o Avaí e uma empresa, representada por um grupo de investidores, foi a justificativa dada pelos dirigentes avaianos à ausência de detalhes da misteriosa negociação que se arrastava desde Outubro.

O termo foi revelado pelo assessor jurídico do clube, Lídio Moisés da Cruz, adiantando que até a primeira semana de dezembro de 2005, período marcado pela reapresentação dos jogadores aos trabalhos visando à temporada de 2006, os dirigentes e os supostos patrocinadores do clube iriam se manifestar à imprensa dando todos os detalhes do conteúdo do contrato definitivo que seria assinado. 
Segundo informações dadas pelo presidente João Nilson Zunino e publicadas no jornal A Notícia, a parceria representaria um investimento de R$ 20 milhões anuais no clube, valor que seria aplicado na contratação de jogadores e profissionais para a formação de uma comissão técnica qualificada, além de investimentos em infra-estrutura no estádio e em suas imediações.
Em campo, a meta inicial seria conquistar o Campeonato Catarinense de 2006 e ainda fazer com que o clube ascendesse para o Campeonato Brasileiro da Série A de 2007. Em infra-estrutura, já existia um projeto arquitetônico que previa a cobertura do Estádio da Ressacada, construção de um centro de treinamentos com campos suplementares, além de ginásio, piscinas e modernas instalações para acomodar jogadores.
Em fevereiro de 2006, no entanto, o “Muda Avaí” voltou a se pronunciar, reclamando que a parceria do clube anunciada no período eleitoral pelo presidente reeleito ainda não havia se concretizado.
"Tínhamos 80% dos votos e o anúncio da parceria provocou uma reviravolta nas eleições", disse o advogado do grupo, Róbson Vieira.
A idéia do "Muda Avaí" era de recorrer, inclusive, à convocação da Assembléia Geral dos associados para, caso não se concretizasse a parceria que em princípio seria anunciada em janeiro de 2006 e que teve o prazo adiado para março, tentar o impeachment do presidente. 
A parceria, por fim, não saiu. Numa coluna de Roberto Alves, no Diário Catarinense, Zunino teria declarado que colocava seu cargo à disposição caso aparecesse alguém disposto a tocar o barco.
O ex-presidente Flávio Félix enviou uma mensagem ao colunista sugerindo que Zunino poderia descansar em paz, pois o próprio vice-presidente do clube, Eduardo Gomes, tinha um perfil excepcional para assumir o cargo. Caso o vice não pudesse assumir e Zunino não conseguisse alguém entre seus pares com o perfil que julgava ideal, os componentes da ex-chapa "Muda Avaí" se colocavam à disposição.

Segundo Roberto Alves, a carta de Flávio Félix vinha escorada por assinaturas de nomes como Décio Girardi, Lourival Amorim, Valmir Martins, Alberto Calgaro, Daniel Araújo, Renato Geske, Vilmar Reinert, Marcos Costa, entre outros.
Quando novamente questionado pela torcida sobre a tal parceria, Zunino e Jamir de Abreu, então vice-presidente do Conselho Deliberativo, se pronunciaram em 10 de Junho de 2006, em carta ao site Souavaiano, dizendo que, após levantamento pormenorizado do passivo tributário do clube, a negociação com a parceria foi interrompida e que ela poderia ser retomada por ocasião da aprovação do Projeto Timemania, então em andamento no Congresso Nacional.
Em Fevereiro de 2007, o comentarista Carlos Eduardo Lino, então na Rádio CBN Diário, informou que Zunino havia entregue seu cargo ao Conselho Deliberativo do clube, que não teria aceito sua demissão.
 
No mesmo dia Zunino reagiu irritado com a notícia alegando que ela se trataria de um “balão de ensaio” da oposição, que queria vê-lo fora do Avaí.
Com os seguidos insucessos em campo, o clima de insatisfação com a administração Zunino havia novamente aumentado. Ainda durante o Estadual, um diretor do Fluminense indicou ao Avaí o trabalho da LA Sports, chefiada por Luiz Alberto de Oliveira.
Após cinco anos no Paraná, o empresário buscava um novo clube para trabalhar em cooperação. O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff (posteriormente agraciado por Zunino com a 1ª Medalha Saul Oliveira), foi informado de que a Traffic buscava um clube brasileiro e uma empresa para fazer um trabalho em conjunto. 
Quando Koff revelou que a LA Sports estava se unindo ao Avaí, a Traffic decidiu participar desta cooperação através de um de seus braços, o Desportivo Brasil. 
Em Maio de 2007 a parceria com a LA Sports se tornou realidade com um time formado para evitar o rebaixamento para a Série C. No ano seguinte conseguiu uma boa apresentação no catarinense de 2008 e a ascensão a Série A em 2009.
E, assim, a oposição perdeu forças e Zunino ressurgiu das cinzas. Com a LA Sports, conquistou os estaduais de 2009 e 2010, fez boas campanhas na Copa Sulamericana e na Copa do Brasil e alcançou a melhor campanha na Era dos pontos corridos de uma equipe catarinense no Campeonato Brasileiro (2009).

Em 2011, após idas e vindas com a parceria, foi rebaixado para a segunda divisão. Em 2012, o título estadual sobre o Figueirense foi o primeiro título da Era Zunino sem a participação da LA Sports. 
Desde 2010, no entanto, enfrenta novamente críticas à sua gestão. Entre as mais habituais estão o distanciamento da torcida, a politica de elitização da Ressacada e a falta de transparência administrativa. 
Segundo a imprensa, alguns de seus apoiadores se afastaram da administração do clube, como Luiz Alberto de Oliveira, Eduardo Gomes e Tullo Cavallazzi. 
Em 2012 uma nova parceria milionária foi anunciada, segundo a imprensa, com um grupo português. No entanto, novamente as "cláusulas de confidencialidade" impedem uma divulgação de maiores informações.
Mas, como diria Rudyard Kipling, isto é outra história... Ou, não.
(Fontes: Jornais A Notícia e Diário Catarinense, via Souavaiano. Fotos: Site Avaí Futebol Clube; FuteboSC; ClicRBS. )

Seja o primeiro a comentar

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO